Jorge
Amado
Filho
de João Amado de Faria e de D. Eulália Leal, Jorge Amado de
Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, em
Ferradas, distrito de Itabuna - Bahia. O casal teve mais três
filhos: Jofre , Joelson e James.
Com
apenas dez meses, vê seu pai ser ferido numa tocaia dentro de sua
própria fazenda. No ano seguinte uma epidemia de varíola
obriga a família a deixar a fazenda e se estabelecer em
Ilhéus. Em 1917 a família muda-se para a Fazenda Taranga, em
Itajuípe, onde seu pai volta à lida na lavoura de cacau.
Em
1918, já alfabetizado por sua mãe, Jorge retorna a Ilhéus e
passa a freqüentar a escola de D. Guilhermina, professora que não
hesitava usar a palmatória e impor outros castigos a seus alunos. No
ano de 1922 cria um jornalzinho, "A Luneta", que é
distribuído para vizinhos e parentes. Nessa época vai estudar
em Salvador, em regime de internato, no Colégio Antonio Vieira, de
padres jesuítas.
A bela redação que apresentou ao
padre Luiz Gonzaga Cabral, com o título de "O Mar", lhe
rende elogios e faz com que o religioso passe a lhe emprestar livros
de autores portugueses e de outras partes do mundo. Dois anos
depois, seu pai vai levá-lo até o colégio após as
férias. Despedem-se e Jorge, ao invés de entrar nele,
foge. Viaja por dois meses até chegar à casa de seu avô
paterno, José Amado, em Itaporanga, no Sergipe. A pedido de seu
pai, seu tio Álvaro o leva de volta para a fazenda em Itajuípe.
É
matriculado no Ginásio Ipiranga, novamente como interno. Conhece
Adonias Filho e dirige o jornal do grêmio da escola, "A
Pátria". Pouco tempo depois funda "A Folha",
que fazia oposição ao primeiro. No ano de 1927, passa para o
regime de externato e vai morar num casarão no
Pelourinho. Emprega-se como repórter policial no "Diário
da Bahia". Pouco depois vai para o jornal "O
Imparcial". Uma poesia de sua autoria, "Poema
ou prosa", é publicada na revista "A Luva". Conhece
o pai-de-santo Procópio, que o nomeará ogã (protetor), o primeiro
de seus muitos títulos no candomblé.
No
ano seguinte transfere-se para o Rio de Janeiro para estudar. Conhece
Vinicius de Moraes, Otávio de Faria e outros nomes importantes da
literatura. "Lenita" é editada em livro por A.
Coelho Branco Filho, do Rio de Janeiro.
Aprovado,
entre os primeiros colocados, na Faculdade de Direito da Universidade
do Rio de Janeiro, em 1931, Jorge vê publicado pela
Editora Schmidt seu primeiro romance, "O país do carnaval",
com prefácio de Augusto Frederico Schmidt e tiragem de mil
exemplares. O livro recebe elogios dos críticos e torna-se um
sucesso de público.
No
ano de 1932, muda-se para um apartamento em Ipanema com o poeta Raul
Bopp. Conhece José Américo de Almeida, Amando Fontes, Rachel de
Queiroz (através de quem se aproxima dos comunistas) e Gilberto
Freyre. Sai a segunda edição de "O país do carnaval",
desta vez com tiragem de dois mil exemplares. Aconselhado por Otávio
de Faria e Gastão Cruls, desiste de publicar o romance "Rui
Barbosa nº. 2"; para eles, o livro não passava de uma
cópia de "O país do carnaval". Viaja para Pirangi,
na Bahia; impressionado com a vida dos trabalhadores da região,
começa a escrever "Cacau".
A
Ariel Editora, do Rio, em 1933, publica "Cacau", com
tiragem de dois mil exemplares e capa e ilustrações de Santa Rosa.
O livro esgota-se em um mês; a segunda edição sai com três mil
exemplares. Entre a primeira e a segunda edição de Cacau, Jorge
tem acesso, através de José Américo de Almeida, aos originais de
"Caetés", romance de Graciliano Ramos. Empolgado
com o talento do escritor alagoano, viaja para Maceió só para
conhecê-lo, iniciando uma amizade que duraria até a morte de
Graciliano. Conhece também José Lins do Rego, Aurélio Buarque de
Holanda e Jorge de Lima. Torna-se redatorchefe da revista "Rio
Magazine". Casa-se em dezembro, em Estância, Sergipe, com
Matilde Garcia Rosa. Juntos, eles lançam, pela Schmidt, o livro
infantil Descoberta do mundo.
Nessa
foto ele aparece com sua mulher:Zélia Gattai!
Em
1934, publica — também pela Ariel — o romance "Suor".
Trabalha na Livraria José Olympio Editora, do Rio de janeiro,
primeiro escrevendo releases e depois na parte editorial
propriamente dita; tendo influenciado na publicação de "O
conde e o passarinho", primeiro livro de Rubem Braga, e no
lançamento de autores latino-americanos como o uruguaio Enrique
Amorim, o equatoriano Jorge Icaza, o peruano Ciro Alegría e o
venezuelano Rómulo Gallegos (de quem traduziu o romance "Dona
Bárbara").
Nasce
sua filha Eulália Dalila Amado, em 1935. Escreve em "A
Manhã", jornal da Aliança
Nacional Libertadora, pelo qual cobre a viagem do presidente Getúlio
Vargas ao Uruguai e à Argentina. "Cacau"
é publicado pela Editorial Claridad, de Buenos Aires. Neste mesmo
ano "Cacau"
e "Suor"
seriam lançados em Moscou. Conclui o curso de Direito. Lança
"Jubiabá"
pela José Olympio Editora.
DIOGO
FONTES